No Brasil, assim como em outros países, 30% da população adulta têm hipertensão. Está presente naqueles que fumam e bebem, que têm diabetes, são obesos e ingerem sal em excesso, são sedentários e tantas outras co-morbidades. Por isso, o hipertenso é candidato a doenças do tipo infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, popularmente conhecido derrame, perda do funcionamento dos rins, rompimento ou entupimento dos grandes vasos do corpo.
Infelizmente a hipertensão arterial não é uma doença que habitualmente produza sintomas, daí ser difícil convencer alguém a tomar remédio se nada sente. O tratamento correto é fundamental quando queremos aumentar a vida útil dos pacientes. Infelizmente estamos falando de uma doença que não tem cura e com um agravante, medidas inadequadas de estilo de vida aumentam as chances de fazer alguém tornar-se hipertenso.
Entre 90% a 95% dos hipertensos têm a doença primária, isto é, não podemos identificar quais motivos levaram alguém a tornar-se hipertenso. Mas sabemos que, por meio de medicamentos, podemos bloquear várias vias responsáveis pela doença. Entre 5% e 10% está a população na qual identificamos uma causa, o que pode permitir o tratamento definitivo. São as chamadas causas secundárias da hipertensão arterial.
Entre as mais freqüentes e de mais fácil tratamento estão o alcoolismo no homem e o anticoncepcional nas mulheres. Além disso, apnéia do sono, que tem forte elo com a obesidade, e o uso de drogas ilícitas são condições capazes de promover hipertensão.
As doenças renais, aquelas que promovem obstrução dos vasos que levam sangue aos rins e obstrução da aorta são causas de hipertensão secundária. Medidas preventivas contra a agressão aos rins, podem minimizar a ocorrência de doença aterosclerótica e desobstruir a aorta são passos importantes para o controle da pressão arterial.
Doenças que acometem a suprarrenal e outras glândulas como tireóide e hipófise são capazes de promover retenção de líquidos e estreitamento das artérias e com isso provocar hipertensão. Finalmente o uso de medicamentos, como os antiinflamatórios, promove aumento na pressão arterial.
Hoje dispomos de vários exames para a identificação das mais diferentes causas de hipertensão, mas nem sempre isso significa a cura. Assim, quando o tratamento da causa não controla os níveis de pressão arterial, lançamos mão dos anti-hipertensivos para diminuir a morbidade e mortalidade de origem cardiovascular dos hipertensos.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia preocupada com a dimensão dessa doença que atinge milhões de brasileiros está promovendo a campanha “Eu sou 12 por 8”, que pretende alertar a população e fazer com que todos possam medir a sua pressão e se cuidar.
Fonte: Humana Saúde
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