Porque consumir natural ou orgânico?

Os agrotóxicos começaram a ser usados em escala mundial após a 2ª grande guerra. Vários serviram de arma química nas guerras da Coréia e do Vietnã, como o Agente Laranja, desfolhante que dizimou milhares de soldados e civis. Os países que tinham a agricultura como principal base de sustentação econômica – na África, na Ásia e na América Latina – sofreram fortes pressões de organismos financiadores internacionais para adquirir essas substâncias químicas. A alegação era que os agrotóxicos garantiriam a produção de alimentos para combater a fome. Com o inofensivo nome de “defensivos agrícolas”, eles eram incluídos compulsoriamente, junto com adubos e fertilizantes químicos, nos financiamentos agrícolas. Sua utilização na agricultura nacional em larga escala ocorreu a partir da década de 70.

O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Gasta, anualmente, cerca de 2,5 bilhões de dólares nessas compras. Infelizmente, pouco se faz para controlar os impactos sobre a saúde dos que produzem e dos que consomem os alimentos impregnados por essas substâncias. O DDT (inseticida organoclorado) foi banido em vários países, a partir da década de 70, quando estudos revelaram que os resíduos clorados persistiam ao longo de toda a cadeia alimentar. Estudos demonstraram também a contaminação do leite materno. No Brasil, somente em 1992, após intensas pressões sociais, foram banidas todas as fórmulas à base de cloro (como BHC, Aldrin, Lindano etc).

Várias outras substâncias, como o Amitraz, foram proibidas. A Lei de Agrotóxicos, no 7802, aprovada em 1989, proíbe o registro de produtos que possam provocar câncer, defeitos na criança em gestação (teratogênese) e nas células (mutagênese). Mas produtos como o Amitraz, e outros que já haviam sido proibidos, continuam sendo comercializados ilegalmente.

Acontece até do trabalhador utilizar um coquetel de produtos semanalmente, de forma “preventiva”. Já os perigosos fungicidas – Maneb, Zineb e Dithane -embora proibidos em vários países, são muito usados, no Brasil, em culturas de tomate e pimentão. Os dois primeiros podem provocar doença de Parkinson. O Dithane pode causar câncer, mutação e malformações no feto.

O Gramoxone (mata-mato), cujo princípio ativo é o Paraquat, é proibido em diversos países. No Brasil, é largamente usado no combate a ervas daninhas. A contaminação pode provocar fibrose pulmonar, lesões no fígado e intoxicação em crianças.

O uso descontrolado, a propaganda massiva, o medo de perda de produtividade da safra, a cultura do “fruto bonito é aquele que as pessoas gostam de comprar”, a não utilização de equipamentos de proteção e o pouco conhecimento dos riscos, são alguns dos responsáveis pela intoxicação dos trabalhadores rurais. Nos nossos principais pólos de produção hortifrutigranjeira (Região Serrana e Médio Paraíba) existem casos de intoxicação por pesticidas.

Vários estudos feitos com trabalhadores demonstraram que há relação entre a exposição crônica a agrotóxicos e doenças, principalmente do sistema nervoso (central e periférico). Além disso, também ocorrem episódios de intoxicação aguda, colocando em risco a vida dos trabalhadores rurais.

A fiscalização no campo só se preocupa com a comercialização dos agrotóxicos. Não existe vigilância nem orientação para sua correta aplicação. Acontece até do trabalhador utilizar um coquetel de produtos semanalmente, de forma “preventiva”. Ou usar o mesmo princípio ativo de marcas distintas na mesma aplicação. Para o cultivo de batata, tomate e berinjela, que são muito susceptíveis às pragas, são utilizadas grandes quantidades de agrotóxicos. Na cultura do tomate e do morango são usados diferentes tipos de agrotóxico, a intervalos muito curtos, alguns deles com princípios ativos já banidos em outros países.

Os riscos não se limitam ao homem do campo. Os resíduos das aplicações atingem os mananciais de água e o solo. Além disso, os alimentos comercializados nas cidades podem apresentar resíduos tóxicos.

Alimentos contaminados

Produtos como carne, leite, cereais e hortaliças não são avaliados sistemáticamente para detecção de resíduos tóxicos. Entre 1997 e 1998, o Instituto Biológico de São Paulo encontrou resíduos tóxicos em cerca de 27% das frutas disponíveis no comércio. Dessas, 20% tinham resíduos de produtos proibidos.

O mesmo estudo, para as hortaliças, mostrou que 44% das amostras estavam contaminadas, sendo que 6% delas, com resíduos de produtos proibidos.

A limpeza de frutas e hortaliças, além de eliminar microorganismos, reduz a contaminação por produtos tóxicos. As frutas devem ser lavadas com água corrente e sabão e descascadas. As hortaliças, além de lavadas, devem ser imersas em água com limão por 20 minutos.

Trabalho com agrotóxicos

No Brasil, os produtos com pesticidas são obrigados a apresentar, no rótulo, a cor correspondente à classe de sua toxicidade, conforme demonstrado no Quadro I.

Existem cerca de mil princípios ativos de agrotóxicos comercializados em mais de 10 mil formulações.

É importante observar o grupo químico a que pertencem o produto e o grau de toxicidade para o ser humano. É indispensável a leitura atenta das recomendações sobre como manipular, misturar, aplicar, armazenar e descartar as embalagens.

Os trabalhadores que aplicam agrotóxicos precisam ter cuidados especiais, como o uso de luvas para proteção das mãos e braços, máscaras respiratórias (quando aplicam o produto na forma de jato ou em fumacê) e uniforme apropriado.

Pesticidas

Os pesticidas organofosforados são largamente utilizados no Brasil, seja na lavoura ou no combate a endemias, como o controle da dengue, febre amarela e doença de Chagas. Exames de saúde devem ser realizados de forma periódica, com ênfase na avaliação neurológica, a cada 6 meses. Testes de laboratório para verificar o nível de colinesterase devem ser feitos no mínimo a cada mês para monitorar o estado de saúde e detectar a sobre-exposição a esses pesticidas.

Casos de intoxicação aguda exigem cuidados imediatos a nível hospitalar, pois colocam em risco a vida. A intoxicação crônica (pela exposição periódica) pode se manifestar por quadros sutis como distúrbios do comportamento ou até quadros dramáticos de doença do sistema nervoso periférico (a chamada neuropatia tardia). Os organofosforados e carbamatos são, normalmente, responsáveis por esses quadros, que podem aparecer semanas após uma intoxicação aguda ou em função de uma intoxicação crônica.

Na aplicação de pesticidas para o combate a cupins, mosquitos, baratas, roedores etc., é recomendável que os moradores deixem o local por 24 a 48 horas, além de manter as janelas abertas para circulação do ar.

Nas empresas e escritórios, a aplicação deve ser feita após o último dia de expediente da semana.

Atualmente, têm-se defendido o controle biológico de pragas (utilização de um ser vivo, cuja presença inviabiliza o desenvolvimento da praga), tanto na agricultura quanto na área urbana. Já existem várias tecnologias viáveis, como, por exemplo, uma bactéria que não faz mal ao ser humano e impede a proliferação do mosquito da dengue.

Quanto mais bonita a fruta ou hortaliça, mais se deve desconfiar do uso abusivo de agrotóxicos.

Cultivo sem agrotóxico.

Núcleos de agricultura natural ou orgânica (sem o uso de agrotóxicos) surgem como alternativa ao modelo das monoculturas, que privilegia a produtividade a custa da saúde dos lavradores e dos consumidores. Os produtores orgânicos estão ganhando cada vez mais espaço junto aos consumidores.

Procure informar-se sobre onde realizam suas feiras no bairro ou município onde reside. Os produtos orgânicos, em geral, são de menor tamanho e levam mais tempo para serem produzidos e colhidos. O fato é que quanto mais bonita a fruta ou hortaliça, mais se deve desconfiar do uso abusivo de agrotóxicos.

Fonte: Portal Ortomolecular

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Dicas para uma mmenopausa (mais) tranquila!

A aceitação é o primeiro passo para uma entrada tranquila nesta fase comum a todas as mulheres. O outro passo a seguir é a preparação. Para a ajudarmos, indicamos-lhe o estilo de vida que deve adotar para minimizar os efeitos da menopausa e os exames médicos que não deve descurar.

Quanto mais cedo adotar um estilo de vida adequado, maiores benefícios terá a longo prazo.

No que toca à alimentação, já não é novidade nenhuma dizer que deve seguir uma dieta equilibrada. O que não quer dizer, contudo, que deve optar por planos alimentares restritivos. Pelo contrário, a estratégia está em adotar uma alimentação cuidada e saudável com os nutrientes que o seu organismo precisa na medida certa.

Adote uma dieta rica em frutos e vegetais. Esta é a primeira regra a seguir quando se fala em alimentação saudável. Variedade não lhe falta. Por isso, dê asas à sua imaginação e confeccione pratos saborosos que privilegiem as verduras e os legumes e lembre-se que não há sobremesa mais saudável do que uma peça de fruta.

Nos temperos, privilegie o azeite como principal fonte de gordura.

É um poderoso antioxidante que previne o envelhecimento, além de reduzir os níveis de colesterol e a tensão arterial.

No entanto, deve ser usado com moderação, pois não deixa de ser uma gordura.

A entrada na menopausa é um fator de risco para o enfraquecimento da estrutura óssea. Robusteça os seus ossos, procurando alimentos ricos em cálcio e vitamina D, como o leite e os seus derivados.

Alimentos como as leguminosas, os cereais integrais, os legumes de folha verde, a par das sardinhas ingeridas com a espinha, também podem ajudá-la a fortalecer os ossos. Inclua-os regularmente na sua alimentação.

Porque esta é uma fase que requer cuidados especiais com os ossos, modere a ingestão de sal e de proteínas. Estes alimentos potenciam a eliminação de cálcio pela urina.

Modere também a ingestão de álcool e de estimulantes como o café. Estas bebidas favorecem o risco de problemas cardiovasculares e cancro da mama. Reduza-os atempadamente.

Caminhe ou corra regularmente durante 30 a 45 minutos duas a três vezes por semana. Esta é uma recomendação que deve ser seguida ao longo da vida. Contudo, na menopausa assume uma outra importância, já que o exercício físico é essencial para preservar a massa muscular e o peso corporal.

A prática regular de exercício físico ajuda ainda a estimular a formação óssea e a reduzir o risco de cancro da mama e problemas cardiovasculares. Não se renda ao sedentarismo e mexa-se!

Por muito agitado que seja o seu dia a dia, não lhe dá os benefícios do exercício físico para a saúde. Por isso, não se iluda. O exercício é mesmo essencial! Procure praticar as atividades que lhe dão mais prazer para que, assim, tenha vontade de mantê-las por mais tempo.

A natação é um desporto muito útil no trabalho da massa muscular. No entanto, não serve para prevenir a osteoporose porque não exerce carga sobre os ossos. Dê ainda preferência a outras atividades como aeróbica, step, jogging e caminhadas.

Se fuma, deixe de fumar. As mulheres fumadoras têm a menopausa cerca de dois anos mais cedo, sofrem mais com afrontamentos, secura da pele, problemas cardiovasculares, osteoporose e fraturas.

Fale com o seu médico e não descure os controlos periódicos. O acompanhamento profissional e os exames de diagnóstico são essenciais para o controlo adequado do seu estado de saúde. Existe uma série de exames que deve fazer para prevenir doenças como a osteoporose e vários tipos de cancro que afetam a mulher como o cancro do colo do útero e da mama.

Faça uma mamografia. Este exame permite diagnosticar precocemente o cancro da mama e deve ser realizado anual ou bienalmente entre os 40 e 50 anos.

A colonoscopia é outro exame fundamental para a detecção do cancro do cólon. Normalmente, este tipo de diagnóstico é realizado aos 50 anos e repete-se de acordo com a história do paciente e antecedentes familiares.

Para prevenir o cancro do colo do útero, aconselhe-se com o seu ginecologista sobre a realização da citologia do colo do útero. Este exame permite diagnosticar infeções pelo vírus HPV que podem dar origem a cancro do colo do útero. A citologia deve ser feita, geralmente, de três em três anos.

Avaliar a densidade mineral óssea também é importante para diagnosticar a osteoporose. A densitometria óssea, o exame que permite avaliar o risco de desenvolver esta doença, está indicada a partir dos 65 anos, mas poderá realizar-se antes.

Além dos exames preventivos que são recomendados pelos especialistas. Há outros cuidados que deve seguir que protegem a sua saúde. Informe-se junto do seu médico.

Faça análises clínicas ao sangue e/ou urina regularmente.

Monitorize o seu peso e índice de massa corporal. O excesso de peso é um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares.

Controle a tensão arterial e vigie o seu batimento cardíaco.

Vigie os dentes e as gengivas. Com o avançar da idade, e nomeadamente com a aproximação da menopausa, o risco de desenvolver doenças como a gengivite e a periodontite aumenta. Esteja atenta e consulte o seu dentista periodicamente.

Por fim, mas não menos importante, consulte o seu oftalmologista anualmente. O controlo periódico da sua visão pode ajudá-la a prevenir patologias como a presbiopia, o glaucoma e a degenerescência macular da idade.

 

Fonte: Portal Ortomolecular

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