Cinco questões importantes sobre a nutrição no processo de envelhecimento

Apesar do envelhecimento trazer os benefícios da sabedoria e experiência de vida, nosso corpo não é mais o mesmo à medida que os anos passam. O processo de envelhecimento acontece de uma forma bem mais complexa e abrangente do que as rugas e os fios de cabelos brancos nos permitem ver. O organismo diminui o ritmo de funcionamento, a composição corporal muda e o estilo de vida também. Por essas razões, a alimentação de quem já passou dos 50 anos tem papel fundamental no envelhecimento saudável e sua qualidade impacta a condição física e a cognitiva, a saúde dos ossos, os olhos, a função vascular e o sistema imunológico, entre outros.

Confira abaixo cinco questões fundamentais relacionadas à nutrição de quem já passou dos 50 anos:

1 – O metabolismo fica mais lento: a cada 10 anos, diminui em 10% o nosso metabolismo basal (taxa mínima de energia necessária para manter as funções do organismo em repouso) e, a partir dos 40 anos, ocorre perda fisiológica da massa magra; consequentemente, existe menor necessidade de ingerir alimentos calóricos. Ao comer menos, as pessoas podem ter dificuldade em atingir a necessidade diária de proteína e micronutrientes, como vitaminas e minerais.

2 – Torna-se mais difícil desempenhar as atividades do dia a dia: atualmente, as pessoas se mantêm por mais tempo ativas no trabalho, na vida social e familiar, porém mudanças na absorção do trato digestivo podem acarretar maior necessidade de micronutrientes, muitas vezes não adquiridos através da alimentação. Vitaminas e minerais são fundamentais no processo de aproveitamento da energia dos alimentos, como é o caso das vitaminas do complexo B, por exemplo1. A deficiência crônica de vitaminas e minerais pode se manifestar por sintomas como cansaço e indisposição. Para se ter uma ideia sobre o seu consumo, a vitamina B6 é ingerida em quantidade insuficiente por 50% dos homens com 60 anos ou mais e por quase 60% das mulheres nessa faixa etária2.

3 – Perda de apetite e dificuldades de absorção: com o início do envelhecimento, as pessoas podem sentir alterações no apetite e na percepção do cheiro e do gosto, por isso há a tendência de escolher alimentos mais fáceis de preparar e mastigar, nem sempre saudáveis. Entretanto, a necessidade de micronutrientes aumenta em pessoas mais velhas, já que a sua capacidade de absorver torna-se menos eficiente. Por isso, cuidar-se desde cedo, estar atento aos alimentos que consome e investir em um estilo de vida saudável – com atividade física, dieta balanceada e lazer – torna o processo de envelhecimento mais positivo. Cuidar da saúde é uma prática que deve acompanhar o indivíduo ao longo de toda a vida, mas requer mais atenção daquelas pessoas que já passaram dos 50 anos.

4 – Homens e mulheres possuem diferentes necessidades de vitaminas e minerais: Homens e mulheres possuem diferenças em relação à necessidade de alguns micronutrientes, e pesquisas mostram que o perfil de deficiência de cada um também varia. O cálcio é bastante importante para as mulheres, devido ao seu maior risco de desenvolver osteoporose. Já a vitamina D é fundamental para a ótima absorção do cálcio no intestino3. A Pesquisa de Orçamentos Familiares2, porém, aponta inadequação no consumo de cálcio na população de mulheres com mais de 60 anos de 95,8% e de 99% para a vitamina D. Da mesma forma, vitamina D e Magnésio são importantes para os homens, pois contribuem para o funcionamento muscular.

5 – Indicação de consumo de micronutrientes muda: pesquisas do Instituto de Saúde Americano (NIH) mostram que a recomendação para pessoas com 50 anos ou mais é aumentar o aporte de cálcio, magnésio, vitamina D, vitaminas B12 e B3, vitamina E e ácido fólico4. Outras fontes corroboram que alguns desses micronutrientes estão entre as deficiências mais observadas nessa faixa etária5. A absorção de cálcio diminui com o avanço da idade, assim como a capacidade de sintetização da vitamina D na pele. A absorção intestinal de magnésio também pode diminuir, e a recomendação é que adultos com mais de 30 anos aumentem seu consumo.

Estar atento aos hábitos alimentares desde o início do processo de envelhecimento é muito importante para quem busca saúde e bem-estar. O corpo muda e passa a ter necessidades nutricionais específicas, assim os cuidados também devem ser adequados a essas carências nutricionais.

Fonte:MaxPressNet

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Dia da Saúde e Nutrição

Faça não só dessa data, mas como em todas as outras, tempo de repensar a saúde e os hábitos alimentares!

 Coma bem, viva bem!

 

 

 

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A importância da alimentação e da hidratação para uma pele saudável

Os nutrientes que estão presentes no corpo vão nutrindo sua pele. Portanto, se a alimentação não é saudável, a pele não terá acesso a esses nutrientes que poderiam deixá-la muito mais bonita.

Para ter uma pele saudável, bem hidratada e nutrida, a dieta deve ser equilibrada: rica em fibras, cereais integrais e vegetais crus. Também é necessário reduzir o consumo de doces e gorduras. E o mais importante: tomar muita água para hidratar a pele de dentro para fora. Vitamina C (síntese de colágeno), vitamina A, complexo B e zinco melhoram o aspecto da pele e dão integridade ao epitélio.

Fontes de carotenoides (vegetais alaranjados) hidratam a pele, deixando-a macia, combatem radicais livres e protegem contra os raios solares. Outros nutrientes necessários são o ômega-3 e a vitamina E, por terem função antiinflamatória.

Fonte: Blog Nutrição e Saúde

 

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Confira o rótulo, é importante!

As gôndolas dos supermercados são como vitrines. Cheias de cores, cheiros e formas, elas tornam a escolha dos produtos quase um desafio. Dessa maneira, aquilo que realmente importa pode passar despercebido, caso da rotulagem dos alimentos. É que a letra miúda faz toda a diferença para a saúde. Entre as 5 318 mulheres da pesquisa Sinta Seu Coração, apenas 44% costumam ler com atenção os rótulos. O estudo, realizado pelas revistas SAÚDE e CLAUDIA em parceria com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Socesp, e apoio da Nestlé, também mostrou que muitas brasileiras não observam a quantidade de sódio. Tamanha distração favorece um cardápio bastante salgado e, consequentemente, o aumento da pressão arterial.

Se você também anda desprezando o conteúdo estampado nos alimentos, espante a preguiça e faça uma vistoria cuidadosa, vale a pena! Para começar, observe a lista de ingredientes. Note que ela é organizada pela quantidade em ordem decrescente. Assim, ao comprar um suco, por exemplo, se a polpa da fruta aparece em primeiro lugar, a bebida tende a ser mais nutritiva.Por outro lado, quando a água e o açúcar ocupam as primeiras posições é um sinal de que as vitaminas e sais minerais estão bem mais diluídos”, ensina a nutricionista Márcia Godoy Gowdak, diretora do departamento de nutrição da Socesp.Outro detalhe importante é o teor dos nutrientes encontrados.

 

 Devem constar nos rótulos, os seguintes itens:

· Proteína (em gramas): fundamental para a musculatura.

· Gordura total (em gramas): apesar de carregar má reputação, é importantíssima para nossas células, pois está por trás do aproveitamento de vitaminas.

· Gordura saturada (em gramas): em excesso, favorece o acúmulo de colesterol ruim nos vasos.

· Gordura trans (em gramas): essa é a verdadeira vilã. Faz subir os níveis de colesterol ruim e, assim, bota o peito em risco.

· Fibras (em gramas): auxiliam no trânsito intestinal e dão um chega-pra-lá na prisão de ventre.

· Sódio (em miligramas): acusado de fazer subir a pressão arterial, também promove a retenção de líquidos.

 Também é fundamental checar o tamanho das porções a que se referem as quantidades mencionadas de nutrientes. Essa dica evita algumas armadilhas, como a de extrapolar no consumo de substâncias prejudiciais ao coração.Quando o alimento traz os termos livre”, zero”, sem” ou isento de” trans, isso significa que ele contém menos de 0,2 grama dessa gordura por porção”, conta a nutricionista. Tomando o biscoito como exemplo, se a porção de 3 unidades apresenta 0,2 grama, quando o consumidor devora 10, vai acabar ingerindo quase 1 grama dessa gordura, de uma vez, o que é um exagero, já que o limite é de 2 gramas por dia.

Compare e leve o que for mais adequado ao seu perfil e, de preferência, o menos engordurado, açucarado ou salgado. Seu coração vai bater feliz.

    Fonte: MdeMulher Imagem: BigStock-by:06Photo

A importância da nutrição para saúde

Qual o segredo para ter uma vida longa e com saúde? Com certeza a nutrição é um dos fatores para atingir tal objetivo. Confira abaixo o porquê da nutrição ser fundamental nas diversas fases da vida.

Você sabe o que é nutrição?

Nutrição é um conjunto de processos, que envolve a ingestão, digestão, absorção, metabolismo e excreção dos nutrientes, com a finalidade de produzir energia e manter as funções do organismo.

E o que são nutrientes e para que servem?

São substâncias contidas nos alimentos que fornecem energia para o funcionamento do corpo humano. Podemos dividir em macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são os carboidratos, proteínas e lipídeos e os micronutrientes são as vitaminas e mineirais.

Os carboidratos fornecem a energia necessária para que você realize as atividades do dia-a-dia. As proteínas atuam na reestruturação de células e tecidos, crescimento e manutenção do esqueleto e síntese de enzimas e hormônios. E os lípideos são o transporte das vitaminas lipossolúveis, A, D e K e também fornecem energia.

As vitaminas e os minerais são substâncias reguladoras, desempenham papel importante no bom funcionamento de intestino, contribuem na formação de ossos, dentes, cartilagens e no processo de absorção do organismo. Em cada fase da vida há uma demanda energética e nutricional diferente, de acordo com a necessidade orgânica. Em estados de doença, a necessidade nutricional muda e requer um cuidado alimentar diferenciado.

Infância

Até os 6 meses de idade, é indiscutível a importância do aleitamento materno exclusivo pois fornece todos os nutrientes importantes para o bebê, além de anticorpos e outras substâncias fundamentais. Com o passar dos meses e anos, a criança vai conhecendo e experimentando todos os alimentos, sendo essencial que a mãe já comece a incentivar uma alimentação equilibrada à criança.

A infância é a fase inicial onde ocorre a formação e crescimento. A alimentação nessa etapa é essencial para um crescimento e desenvolvimento adequados.

Nesta fase é importante respeitar horários e refeições a serem realizadas. A criança deve comer cereais, verduras, legumes, carnes, leguminosas e frutas. Os pais não devem estimular o consumo de guloseimas e alimentos de baixo valor nutricional. Lembre-se que os filhos são o reflexo dos pais, e isso ocorre também na alimentação.

 

Adolescência

Na adolescência ter uma dieta balanceada também é fundamental, pois as necessidades nutricionais nessa fase são maiores. É importante tomar cuidado, pois os adolescentes muitas vezes desejam ter um corpo magro e fazem qualquer coisa para consegui-lo, quase sempre sem orientação de um profissional da saúde, o que pode levar a deficiências nutricionais e transtornos alimentares como bulimia nervosa e anorexia nervosa, por exemplo. Os pais devem estar atentos e procurar sempre a ajuda de um profissional de saúde.

Os adolescentes geralmente comem muitos lanches, sem verduras e ricos em gordura. O consumo de frituras, doces e refrigerantes pode ocorrer em excesso. Estes e outros maus hábitos alimentares são freqüentes nesta fase. Por isso é muito importante estimular uma alimentação saudável diariamente e explicar porque há esta necessidade.

Além de ter uma alimentação equilibrada, com o consumo de todos os grupos alimentares, podemos enfatizar o consumo de cálcio, mineral importante para a formação do esqueleto, o ferro para o desenvolvimento muscular, esquelético e endócrino e o zinco, contribuindo para o crescimento e a maturação sexual do adolescente.

Adultos

A fase adulta é a fase da manutenção, sendo também muito importante ter uma alimentação adequada. Talvez essa seja a fase mais difícil, pois depende dos hábitos alimentares adquiridos, fatores culturais, financeiros, entre outros. Apesar de tudo isso, se deve pesar a importância de uma alimentação saudável tanto para o bom funcionamento orgânico, como prevenção de doenças e melhor saúde quando idoso.

Idoso

Nesta fase, a alimentação além de nutrir, poderá tratar determinadas doenças e proteger o organismo. Devem ser levados em conta alguns fatores, como: estado de saúde físico, mental e emocional, hábitos alimentares anteriores, alterações na capacidade de mastigar, deglutir, digerir e absorver os alimentos, etc. Pode acontecer também uma redução no paladar e do olfato.

Conforme a pessoa vai envelhecendo, as suas necessidades de energia vão diminuindo, porém, por outro lado, a necessidade dos nutrientes vai aumentando. Por isso, deve-se priorizar alimentos de alto valor nutricional.

Podemos perceber que muitos idosos deixam de comer alimentos mais consistentes, optando por outros de consistência pastosa, como sopas, chás, torradas, etc. É importante estimular a mastigação e o consumo de uma dieta completa e balanceada. Caso o idoso tenha algum tipo de doença é necessário ter um acompanhamento individual, com aporte nutricional adequado.

No geral, é importante consumir alimentos de grupos variados, na consistência adequada, conforme a capacidade que o idoso tenha de mastigar os alimentos. Além disso, comer de forma fracionada, evitando assim a sensação de empaturramento.

Outro ponto a ser ressaltado, é o consumo de água, muitos idosos não sentem sede ou não desejam beber líquidos devido a incontinência urinária, podendo correr riscos relacionados a desidratação e problemas renais.

Se a alimentação for adequada, a saúde estará presente em todas as fases da vida.

Fonte: Mais Equilibrio – por Roberta dos Santos Silva (Nutricionista-chefe do programa Cyber Diet)

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A importância da consulta nutricional

A consulta ao nutricionista é fundamental para a saúde. Ele vai pedir exames clínicos, se necessário, medir altura e peso para a prescrição de uma dieta individual que atenda às suas necessidades.

Estudos realizados comprovam que a dieta é imprescindível para a redução de elevados níveis de colesterol, glicose, triglicerídeos e que o indivíduo que está muito além de seu peso ideal ou muito abaixo está pondo em risco a sua vida.

A obesidade, por exemplo, traz sérias consequências: hipertensão, diabetes, aterosclerose, AVC (derrame), infarto, angina, insuficiência renal, entre outras.

A magreza pode indicar sinal de diabetes, anorexia nervosa, distúrbios digestiva (má absorção), entre outras.

É importante lembrar também, das gestantes e nutrizes (mães que amamentam). A orientação nutricional ajuda a manter o peso gestacional regular, sem excessos que poderiam prejudicar o parto e consequentemente o bebê, e as nutrizes que necessitam de uma alimentação balanceada a fim de produzir leite mais nutritivo.

Os idosos também precisam de uma alimentação equilibrada, pois nesta fase o organismo está com o metabolismo mais lento e a digestão deve ser mais fácil e com alimentos mais leves.

Não tenha medo de perguntar. Nutricionista não é apenas um profissional que passa dietas para emagrecer, ele visa manter a saúde promovendo a educação para adultos e crianças. Informe-se.

 

Fonte:Blog Dicas de Nutrição

Imagem: Bigstock – By: Stokkete

31 de agosto – Dia do Nutricionista

Hoje, 31 de agosto, é comemorado o dia do Nutricionista. A Ortobioclínica parabeniza a todos esses profissionais que tem por missão promover a saúde alimentar.

 

 

Imagem: Bigstock – By: Stokkete 

Dia Nacional da Saúde e Nutrição

No dia 31 de março, comemoramos o Dia Nacional da Saúde e da Nutrição. Neste dia, reforçamos a importância da alimentação saudável no desenvolvimento do corpo, na conservação da saúde e na manutenção da qualidade de vida. Comer de maneira adequada, além de nutrir o corpo e manter as suas funções, fortalece as defesas do organismo, nos protegendo de várias doenças.

É comum ver, nos meios de comunicação, diversas soluções mágicas e dietas ditas milagrosas, prometendo perda ou ganhos de peso quase instantâneos. Na maioria dos casos, estas dietas são regimes que podem prejudicar a saúde. A alimentação saudável deve fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, fibras e minerais, que são fundamentais ao bom funcionamento do organismo. Nenhum alimento específico pode dar conta sozinho de fornecer todos os nutrientes necessários ao nosso corpo, por isso a importância de se ter uma dieta variada e equilibrada.

Confira algumas dicas e atitudes que podem fazer a diferença na sua alimentação:

– Evite o consumo de alimentos ricos em calorias e industrializados, gordurosos e salgados;
– Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes, cereais integrais e feijões;
– Beba água diariamente;
– Reduza ou evite o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro;
– Faça exames preventivos e consulte sempre o seu médico;
– Faça exercícios físicos regulares, diariamente ou pelo menos três vezes por semana, após consultar o seu médico;
– Durma pelo menos 8h num período de 24h.

Fonte: Atitude rima com saúde

Sobrepeso pode contribuir para aumento da inflamação durante a gravidez

Ao engravidar, mulheres obesas ou com sobrepeso apresentam maior risco de desenvolver complicações como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Uma pesquisa recentemente concluída na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com apoio da FAPESP, oferece pistas para entender por que isso ocorre.
Por meio da análise de amostras sanguíneas de quase 200 gestantes, os pesquisadores concluíram que o sobrepeso está associado a alterações significativas nos níveis de duas substâncias secretadas pelo tecido adiposo – adiponectina e leptina – que podem contribuir para o aumento do grau de inflamação sistêmica.


“Durante a gravidez, existe um grau de inflamação fisiológico resultante da interação entre mãe e feto. Por outro lado, a obesidade, a diabetes e a hipertensão são doenças com forte componente inflamatório. Avaliar a combinação entre gestação e obesidade com foco em inflamação, portanto, parece importante para entender os riscos e os mecanismos envolvidos nessas patologias obstétricas”, disse Silvia Daher, coordenadora do Laboratório de Obstetrícia Fisiológica e Experimental da Unifesp.
A coleta do sangue foi feita no terceiro trimestre de gestação uma vez que, de acordo com Daher, o diabetes gestacional é uma doença que geralmente só se instala a partir da segunda metade da gravidez. Com base no Índice de Massa corporal (IMC) pré-gestacional, as voluntárias foram divididas em quatro diferentes grupos: as com sobrepeso saudáveis (IMC igual ou maior que 25), as com sobrepeso e diabetes gestacional, as com peso ideal (IMC entre 18,5 e 24,9) saudáveis e as com peso ideal, mas com diabetes gestacional.


Três diferentes parâmetros capazes de mensurar o grau de inflamação sistêmica foram analisados nas amostras sanguíneas. O primeiro passo foi medir os níveis séricos de três diferentes citocinas – o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e as interleucinas (IL) 6 e 10 –, que são moléculas produzidas por células do sistema imunológico e têm um papel importante na modulação da resposta inflamatória no combate a infecções.


“No caso da IL10, cuja ação é anti-inflamatória, notamos uma queda associada apenas ao diabetes, mas não houve diferença relacionada ao sobrepeso. Em relação à IL6 e ao TNF-α – citocinas pró-inflamatórias –, não notamos diferenças significativas nos grupos”, contou Daher.


O segundo parâmetro avaliado foi à presença de células imunológicas ativas no sangue das voluntárias, entre elas as células exterminadoras naturais ou NK (Natural Killers na sigla em inglês) e as células TCD8 – dois tipos de linfócitos capazes de liberar substâncias tóxicas para matar, por exemplo, células tumorais ou infectadas por vírus.
“A essa altura da gravidez, essas células de defesa teriam de estar diminuídas, pois podem ser agressivas para o feto. Verificamos uma maior ativação dos linfócitos relacionada ao diabetes, mas não ao IMC”, disse Daher.
Por último, foram medidas nas amostras de sangue os níveis de algumas adipocinas – peptídeos secretados pelas células adiposas com diversas funções, entre elas a regulação da resposta imunológica.


“A adiponectina é uma adipocina com ação anti-inflamatória e anti-hiperglicêmica. Normalmente, ela diminui durante a gestação porque é preciso aumentar a quantidade de glicose circulante para suprir as necessidades do feto. Já a leptina e a resistina são adipocinas que induzem a produção de citocinas inflamatórias, como a IL6 e o TNF-α, podendo agravar a resistência à insulina típica da gestação e também a inflamação sistêmica”, explicou Daher.


As análises mostraram uma redução significativa nos níveis de adiponectina associada ao sobrepeso, bem como aumento nos níveis de leptina. “É um fator que pode estar contribuindo para a inflamação e para uma maior resistência à insulina nas gestantes com sobrepeso”, avaliou Daher.

Obesidade e distúrbios metabólicos


Segundo Daher, o fato de os resultados mostrarem alterações nas células imunes e nas citocinas apenas associadas ao diabetes e não ao IMC deve-se, possivelmente, ao pequeno número de obesas na amostra avaliada.


“Pretendemos agora estudar um grupo de mulheres com IMC maior ou igual a 30 para ver se há alterações mais intensas nesses e em outros mediadores inflamatórios”, contou.


A crescente epidemia de obesidade no mundo, ressaltou Daher, afeta também mulheres em idade reprodutiva. Dados da literatura apontam que a gestante obesa tem quatro vezes mais risco de desenvolver diabetes gestacional e o dobro de chance de desenvolver pré-eclâmpsia.


“Quem sofre de diabetes gestacional, por sua vez, tem risco aumentado de sofrer de diabetes do tipo 2 no futuro e a criança também fica mais propensa a distúrbios metabólicos. O mesmo ocorre no caso da pré-eclâmpsia. É um risco para a geração atual e a futura”, disse Daher.


Atualmente, a equipe avalia o perfil lipídico de gestantes com sobrepeso para descobrir como as alterações nos níveis de colesterol se relacionam com os mediadores inflamatórios já estudados.


“Também estamos investigando alguns polimorfismos genéticos para saber, por exemplo, se alguém pode ser geneticamente propenso a produzir níveis maiores adiponectina ou menores de leptina. Isso nos ajudará a entender por que algumas pessoas com sobrepeso adoecem e outras, não”, disse Daher.

Fonte: FAPESP